Então

terça-feira, 30 de setembro de 2008



Eric Clapton


Eric Clapton: Hoochie Coochie Man

Machado de Assis

















Kruger, Barbara - Arte conceptual

Barbara Kruger






















































































Barbara Kruger nasceu em 1945 em Newark (New Jersey) e é uma artista conceptual. Ela utiliza a linguagem de veículo dos media com um estilo característico: fotos a preto e branco e aforismos em fontes específicas, imitando o vocabulário da propaganda e subvertendo-o, para focalizar temas de relevância social como, por exemplo, a violência, a saúde pública e a descriminação.

Kruger vai buscar material à indústria de massas. Ela tem consciência do poder dos media e por isso, apodera-se desse meio para poder subvertê-lo. Kruger trata a linguagem como um alvo ou como uma arma - o artista torna-se num manipulador de signos e o espectador num leitor activo de mensagens e não um consumidor do "espectacular". A artista usa também diversas imagens e textos de maneira a desfazer a natureza especular das representações que submetem a mulher ao olhar de um sujeito masculino.

Kruger procura intervir nas linguagens, nas ideologias da vida quotidiana e no poder vigente das representações sociais.

http://www.barbarakruger.com/

Barbara Kruger was born in Newark, New Jersey, in 1945. After attending Syracuse University, the School of Visual Arts, and studying art and design with Diane Arbus at Parson’s School of Design in New York, Kruger obtained a design job at Condé Nast Publications. Working for Mademoiselle Magazine, she was quickly promoted to head designer. Later, she worked as a graphic designer, art director, and picture editor in the art departments at House and Garden, Aperture, and other publications. This background in design is evident in the work for which she is now internationally renowned. She layers found photographs from existing sources with pithy and aggressive text that involves the viewer in the struggle for power and control that her captions speak to. In their trademark black letters against a slash of red background, some of her instantly recognizable slogans read “I shop therefore I am,” and “Your body is a battleground." Much of her text questions the viewer about feminism, classicism, consumerism, and individual autonomy and desire, although her black-and-white images are culled from the mainstream magazines that sell the very ideas she is disputing. As well as appearing in museums and galleries worldwide, Kruger’s work has appeared on billboards, buscards, posters, a public park, a train station platform in Strasbourg, France, and in other public commissions. She has taught at the California Institute of Art, The School of the Art Institute of Chicago, and the University of California, Berkeley. She lives in New York and Los Angeles.

http://www.barbarakruger.com/



Rock Me Baby-BB KIng/Eric Clapton/Buddy Guy/Jim Vaughn

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

João Gilberto & Caetano Veloso - Doralice




Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é, já dizia Caetano




Consciência
Arnaldo Antunes

Tire a mão da consciência e meta
No cabaço da cabeça
Tire a mão da consciência e ponha
No buraco da vergonha
Tire a mão e ponha o corpo todo no corpo da consciência
Ponha ouvido orelha língua boca na cara da consciência
E umbigo na barriga dela
Ponha olhos no colírio dela
Ponha tripas na barriga dela
Ponha olhos nos óculos dela

O cabelo o pelo a pele a perna o braço a carne o sangue pensa
A madeira o nervo a unha a terra a água o leite o peito pensa
O plástico o fogo o estômago o aço o osso o coração o cigarro o chiclete
o pano o papel a coluna a vértebra o músculo o vidro o fígado o cágado
a pedra pensa

Tire a mão da consciência e meta a mão na consistência

Tire a mão da consciência e meta
No cabaço da cabeça
Tire a mão da consciência e ponha
Na cabeça da vergonha
Tire a mão da consciência e meta no cabaço da cabeça
Ponha oxigênio e gás carbônico no ar da consciência
E comida na barriga dela
Ponha olhos nas lágrimas dela

E ossos por dentro da carne, carne por dentro da pele dela.

Tire a mão da consciência e meta a mão na consistência
Tire a mão da consciência e meta a mão na consistência
Tire a mão da consciência e meta no cabaço da cabeça
Tire a mão da consciência e meta a mão na consistência
Ponha oxigênio e gás carbônico no ar da consciência
Ponha ouvido orelha língua boca na cara da consciência
Tire a mão da consciência e meta a mão na consistência
a mão na consistência
a mão na consistência

Dieta


Quem já fez dieta (e quem não fez que atire a 1ª pedra) sabe que tudo isto é a mais pura verdade...

Querido Diário,

Hoje começo a fazer dieta. Preciso perder 8 kg. O médico aconselhou a fazer um diário, onde devo colocar minha alimentação e falar sobre o meu estado de espírito.

Sinto-me de volta a adolescência, mas estou muito empolgada com tudo. Por mais que dieta seja dolorosa, quando conseguir entrar naquele vestidinho preto maravilhoso, vai ser tudo de bom.

Primeiro dia de dieta.
Um queijo branco. Um copo de diet shake. Meu humor está maravilhoso. Me sinto mais leve. Uma leve dor de cabeça talvez.

Segundo dia de dieta.

Uma saladinha básica. Algumas torradas e um copo de iogurte. Ainda me sinto maravilhosa. A cabeça doi um pouquinho mais forte, mas nada que uma aspirina não resolva.

Terceiro dia de dieta.

Acordei no meio da madrugada com um barulho esquisito. Achei que fosse ladrão.
Mas, depois de um tempo percebi que era o meu próprio estômago.
Roncando de dar medo. Tomei um litro de chá. Fiquei mijando o resto da noite.
Anotação: Nunca mais tomo chá de camomila.

Quarto dia de dieta.

Estou começando a odiar salada. Me sinto uma vaca mascando capim. Estou meio irritada. Mas acho que é o tempo. Minha cabeça parece um tambor.
Janaina comeu uma torta alemã hoje no almoço. Mas eu resisti. Anotação: Odeio Janaina

Quinta dia de dieta.

Juro por Deus que se ver mais um pedaço de queijo branco na minha frente, eu vomito!
No almoço, a salada parecia rir da minha cara. Gritei com o boy hoje! E com a Janaina. Preciso me acalmar e voltar a me concentrar. Comprei uma revista com a Gisele na capa. Minha meta. Não posso perder o foco.

Sexto dia de dieta.

Estou um caco. Não dormi nada essa noite. E o pouco que consegui sonhei com um pudim de leite. Acho que mataria hoje por um pedaço de brigadeiro...

Sétimo dia de dieta.

Fui ao médico. Emagreci 250 gramas.
Tá de sacanagem! A semana toda comendo mato. Só faltando mugir e perdi 250 gramas!
Ele explicou que isso é normal. Mulher demora mais emagrecer, ainda mais na minha idade. O FDP me chamou de gorda e velha!
Anotação: procurar outro médico.

Oitavo dia de dieta.

Fui acordada hoje por um frango assado. Juro!
Ele estava na beirada da cama, dançando can-can.
Anotação: O pessoal do escritório ficou me olhando esquisito hoje, Janaina diz que é porque estou parecendo o Jack do Iluminado.

Nono dia de dieta.

Não fui trabalhar hoje. O frango assado voltou a me acordar, dançando dança-do-ventre dessa vez. Passei o dia no sofá vendo tv. Acho que existe um complô.
Todos os canais passavam receita culinária. Ensinaram a fazer torta de morangos, salpicão e sanduiche de rocambole.
Anotação: Comprar outro controle remoto, num acesso de fúria, joguei o meu pela janela.

Décimo dia de dieta.
Eu odeio Gisele B.

Décimo primeiro dia de dieta.
Chutei o cachorro da vizinha. Gritei com o porteiro. O boy não entra mais na minha sala e as secretárias encostam na parede quando eu passo.

Décimo segundo dia de dieta.
Sopa.
Anotação: Nunca mais jogo poquer com o frango assado. Ele rouba.

Décimo terceiro dia de dieta.
A balança não se moveu. Ela não se moveu! Não perdi um mísero grama!
Comecei a gargalhar. Assustado o médico sugeriu um psicologo. Acho que chegou a falar em psiquiatra. Será porque eu o ameacei com um bisturi?
Anotação: Não volto mais ao médico, o frango acha que ele é um charlatão.

Décimo quarto dia de dieta.
O frango me apresentou uns amigos. A picanha é super gente boa, e a torta, embora meio enfezada, é um doce.

Décimo quinto dia de dieta.
Matei a Gisele B! Cortei ela em pedacinhos e todas as fotos de modelos magérrimas que tinha em casa.
Anotação: O frango e seus amigos estão chateados comigo. Comi um pedaço do Sr. Pão.
Mas foi em legítima defesa. Ele me ameaçou com um pedaço de salame.

Décimo sexto dia.
Não estou mais de dieta. Aborrecida com o frango, comi ele junto com o pão.
E arrematei com a torta. Ela realmente era um doce.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008


Rod Stewart and Chrissie Hynde

Para a Mina

Lágrimas Ocultas (Florbela Espanca)

Se me ponho a cismar em outras eras
Em que rí e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi outras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...
E a minha triste boca dolorida
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!
E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...
E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!

SOL


Estrada do Sol - Back to the Sun - New Recording



























Elis Regina - Estrada do Sol