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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Gente que faz o bem

Circo Escola revisita a obra de Glauber Rocha


Glauber Rocha

O projeto "Circo-Escola de Ecocidadania" tem uma trupe de 15 jovens artistas, responsáveis pelo processo pedagógico desta escola de circo que tem parceria com a Rede Circo do Mundo Brasil e com o programa social do Circo du Soleil, que garante uma formação continuada em pedagogia do Circo Social. O projeto é desenvolvido pelo Instituto de Ecocidadania Juriti, que fica em Juazeiro do Norte, no Ceará. O circo já foi contemplado três vezes consecutivas pelo Programa BNB Cultural - na montagem dos espetáculos "Patativa do Assaré, Cuidante do Semi-árido", "Folias, o Circo" e "Brincadeiras de Roda".

Atualmente, este grupo oferece oficinas circenses para cerca de 120 crianças e adolescentes em situação de risco social e cultural e participam de um programa de formação em educação popular através do Picadeiro Político-Pedagógico. E foi exatamente no processo de construção de conhecimento dentro do picadeiro que estes jovens descobriram e encantaram-se com a obra de Glauber Rocha, um dos integrantes mais importantes do Cinema Novo.


Glauber Rocha

Com o princípio de "uma câmera na mão e uma idéia na cabeça", deu uma identidade nova ao cinema brasileiro. Baseados no mesmo conceito, esses jovens tomaram como desafio a montagem do espetáculo "Circo em Transe". Novamente com apoio do programa BNB Cultural, eles pretendem realizar uma fusão da arte milenar do circo com as novas tecnologias da informação e com o conteúdo da obra de Glauber Rocha, que retrata de forma tão contundente a realidade do Nordeste brasileiro.


Glauber Rocha

Esta trupe de circenses oriundos das camadas populares descobre no cineasta uma forma para expressar sua arte engajada com as transformações sociais. O grupo busca caminhos para tornar visível este gênio do cinema, quase anônimo para o povo que o inspirou. O espetáculo pretende revelar o Nordeste em cinema e circo, duas linguagens que se tornam decodificadoras desta realidade na perspectiva de transformá-la, tendo como forte aliado os recursos das tecnologias da informação

Vale destacar que sonorização eletrônica e iluminação representam, hoje, as maiores dificuldades que o grupo enfrenta, diagnosticado a partir das montagens dos últimos três espetáculos. No entanto, o Cirque du Soleil doou um canhão de luz de última geração ao Circo-Escola de Ecocidadania, o que despertou ainda mais o desejo dos jovens do projeto de apropriarem-se do conhecimento sobre técnicas de iluminação.



Em 2008, o circo também foi um dos vencedores do Prêmio Ludicidade, do Ministério da Cultura (MinC). O projeto também é Ponto de Cultura e um dos semifinalistas da segunda edição do Prêmio Cultura Viva, outra iniciativa do MinC. Essa trupe teve oportunidade de assistir como convidados especiais aos espetáculos Saltimbancos (São Paulo) e Alegria (Belo Horizonte), do Cirque du Soleil.

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