Então

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Geléia Geral: Que as crianças possam brincar na Plaza Orlando Zapata - Por Sérgio Vaz

Mercedes Sosa - Hermano dame tu mano


Por Sérgio Vaz

: “Retornarán los libros, las canciones que quemaron las manos asesinas.” Por Sérgio Vaz
Que, no futuro, as crianças cubanas possam brincar na Plaza Orlando Zapata.

Quem sabe até a futura Calle Yoani Sánchez desemboque na Plaza Orlando Zapata.

E aí poderão se juntar os poemas de Pablo Milanés e Sílvio Rodriguez, grandes artistas, que tiveram – como tantos e tantos e tantos da minha geração – o sonho de ver um mundo novo, um homem novo; acreditaram na revolução, puseram seu talento para cantar a revolução.

Os sonhos de Pablo Milanés e Sílvio Rodríguez provaram-se ser apenas e tão somente o que eram: sonhos. A revolução que eles defenderam em suas belíssimas músicas revelou-se, ao fim e ao cabo, apenas mais uma ditadura, cruel, sanguinária, assassina. A única diferença entre a ditadura de Castro e as ditaduras de Hitler, Mussolini, Franco, Salazar, Stálin, Pinochet, foi o fato de que durou mais.

Quando uma ditadura caquética mostra enfim sua cara, é como o retrato de Dorian Gray, como as múmias dos filmes do Império: evapora-se o sonho, mostra-se o horror.

Todas las voces " Mercedes Sosa



Passei a admirar muito Yoani Sánchez; não conhecia Orlando Zapata, morto após 85 dias de greve de fome em um dos cárceres da ditadura do regime putrefato de Fidel, mas já o admiro também.

Assim como Pablo Milanés e Sílvio Rodríguez, sou apaixonado pelas praças liberadas após o horror, o terror das ditaduras, e pela possibilidade de que a praça enfim vá reconciliar as pessoas que pensam de maneira diferente.

« Mercedes Sosa recebe palmas, reverência e beijos


Fonte: 50 anos de Textos

Mercedes Sosa - Duerme Negrito

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Nada falar, nada fazer, nada saber… defeito ou qualidade?




Monsieur Paroles e o Tambor

Por Theófilo Silva

O Senhor Lafeu teve um rápido encantamento por Monsieur Paroles. Ele o conheceu no palácio do rei da França, onde Paroles, elegantemente vestido e portando uma belíssima espada, narrou suas viagens e as batalhas que travou.

O fato é que Paroles é a segunda pessoa de um conde irresponsável que abandona a esposa e parte com Paroles em busca de aventuras. Antes da viagem, Lafeu pede a Paroles que interceda com o conde para que não parta para a Itália abandonando sua mulher.

É então que surge o verdadeiro Paroles. Trata desdenhosamente Lafeu, chegando mesmo quase a desafiá-lo para um duelo. E diz que “só não o faz por este já ser um velho”. Lafeu é um respeitado cavalheiro da Corte e enfrenta Paroles sabiamente, dizendo: “durante duas refeições, achei que eras uma pessoa suficientemente sensata. Depois suspeitei que não eras navio de grande porte”. E arremata: “A não ser para que te prendam, para nada mais serves”. E se despede: “Deus tenha pena de ti, covarde! Adeus, porta quebrada; nenhuma necessidade tenho de abrir-te, pois enxergo através de ti. O único título que mereces é o de sem-vergonha”.

Esse foi apenas o começo das desgraças do empavonado Paroles que, claramente, não tem nenhuma força para permanecer na Corte. Lafeu brinca, dizendo que Paroles é um ladrão vulgar e o acusa de ter “roubado um caroço de romã”. Na saída, Paroles reencontra o espirituoso Lavache que já o conhece de outros tempos. E é Lavache quem faz a mais perfeita descrição do caráter e da personalidade de Monsieur Paroles. Diz ele: “Inúmeras vezes a língua de um homem lhe decide a perda. Nada falar, nada fazer, nada saber, eis aí a maior parte de vossas qualidades”. Brilhante, não! Leia na íntegra no blog do Washington Barbosa

Cabaret - Por Sérgio Vaz




Por Sérgio Vaz

Anotação em 2010: Todo mundo deveria rever Cabaret de tempos em tempos.
Mary fez o comentário logo depois que terminamos de rever Cabaret mais uma vez – mas a frase não é nova. Fui dar uma olhada nas minhas anotações, e está lá; quando revimos Cabaret em 2006, escrevi uma única frase: “As pessoas deveriam ver Cabaret uma vez por ano”. Mas eu também não estava sendo original; as pessoas diziam frases assim sobre o filme já na época em que ele estreou, em 1972.
Cabaret é uma festa para os olhos, para os ouvidos, para a cabeça, para o coração. É uma rara explosão de talento, uma supernova de genialidade – sai faísca de brilho do filme o tempo todo, tomada por tomada, ao longo de 124 minutos que passam com a rapidez de um raio.
Se fosse fazer uma lista dos meus dez filmes preferidos, assim, de cabeça, de bate-pronto, sem fazer consulta a nada, Cabaret estaria nela.



Bob Fosse é um cineasta de poucos filmes. Há os grandes cineastas que são capazes de fazer um filme por ano, todo ano, e quase todos ótimos, excelentes, como Woody Allen, por exemplo. E há os que não são prolíficos, como Milos Forman. É exatamente assim na música também; de um lado, há Bob Dylan, Chico Buarque, Caetano Veloso – um belo disco praticamente a cada ano, Dylan desde 1962, Chico e Caetano desde 1966. E há Dorival Caymmi, Paul Simon – de obra pequena, na comparação com os demais.
Bob Fosse é do time de Forman, de Caymmi, de Simon. É ourives cuidadoso; fica burilando sua pedra preciosa, seu diamante, durante longo tempo; filma várias vezes a mesma tomada, e depois passa longos meses na sala de montagem; mexe aqui, mexe acolá; todo mundo já acha que está tudo perfeito, mas ele mexe de novo – conforme ele próprio confessou abertamente ao respeitável público em sua obra autobiográfica All That Jazz, autobiográfica e profética, que antecipava como seria sua própria morte, no meio de mais um trabalho.Leia na ÍNTEGRA 50 Anos de Filmes

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Novo livro de Cristovão Tezza sai em outubro pela editora Record


Alex Almeida / folha Imagem

Cristovão Tezza vai lançar "Um Erro Emocional" em outubro deste ano

"Um Erro Emocional", de Cristovão Tezza, vai ser lançado pela editora Record em outubro deste ano. O escritor leu um trecho do livro durante a 7ª Flip (Festa Literária Internacional de Paraty).

Ganhador de seis prêmios literários --Portugal Telecom de Literatura, Bravo! Prime de Cultura, APCA, Jabuti, Prêmio São Paulo de Literatura e Prêmio Passo Fundo Zaffari & Bourbon--, Tezza recebeu recentemente uma comparação escrita de peso.

"O Filho Eterno" foi equiparado ao volume "Uma Questão Pessoal", do nobel japonês Kenzaburo Oe.

Este livro de Tezza já foi traduzido para o inglês ("The Eternal Son"), francês ("Le Fils du Printemps") e italiano ("Bambino per Sempre").

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Pai

“E por falar em saudade.
Você bem que podia me aparecer.”

Como disse Adélia Prado “envelheço para trás”. Hoje seria aniversário do meu pai, era para estar triste mas não estou. Ontem pesquisando não lembro o quê, a vida me deu um presente. Dei de cara com uma gravação incrível feita pelo jornalista Aramis Millarch de mais ou menos 3 horas . Era uma entrevista com o meu Pai e minha Mãe. Nossa como aquilo me acalentou. Ele contando a trajetória das lutas, ao longo de sua vida com tanta vibração, suas dores e vitórias, além da paixão que devotava a minha mãe. Lembrava também das histórias quando foi assessor particular do Ministro do trabalho Amaury Silva ( um grande amigo ) no governo do Jango. Falou como escapou de ser preso no dia do golpe militar ( como ele sempre dizia: revolução não, foi golpe ) de 64.
Sua luta pela democracia ,nossa como fiquei feliz. Ouvir aquelas palavras novamente. Hoje tenho mais clareza do que significa, resgatar a necessidade de continuar lutando por um País que venha a ser de homens e mulheres iguais na sua liberdade, e viver ... e viver ... com muita paixão. Esta também foi a sua orientação para os 7 filhos. Famoso por suas traquinagens e por ser um inventor de comidas maravilhosas. Nascido em 7 de fevereiro de 1922, que desde criança se dedicou afincamente aos ideais que abraçava com todo ardor.

Beijo grande, meu Pai.


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

O irlandês Colum McCann é o primeiro nome confirmado para a FLIP 2010


O irlandês Colum McCann é o primeiro nome confirmado para a Festa Literária Internacional de Paraty, Flip 2010, que acontece de 04 a 09 de agosto.

Autor de dois livros de contos e seis romances, McCann foi traduzido para mais de 30 línguas e teve seus textos publicados em revistas como New Yorker, New York Times Magazine e Paris Review.

Seu último livro, Let the Great Word Spin, considerado pela revista Esquire “o primeiro grande romance sobre 11 de setembro”, parte da famosa travessia do equilibrista francês Philippe Petit entre as torres do World Trade Center de Nova York, em 1974, para narrar histórias fictícias de anônimos que o observavam no momento. O livro garantiu a McCann a vitória do National Book Awards. Sob o título Deixe o grande mundo girar, sairá no Brasil ainda no primeiro semestre deste ano.

Dylan Volume 4 – Um gênio que não pára




“Você não consegue dizer nada sobre Dylan que já não tenha sido dito.” Texto de Sérgio Vaz

Bob Dylan não cabe num texto só. Vou publicar quatro.

Quando Dylan fez 40 anos, em 1981, fiz um longo texto sobre ele para o Jornal da Tarde. Foi o resultado de uma grande, exaustiva, cuidadosa pesquisa. Sempre tinha acompanhado a carreira dele, desde 1965, quando minha amiga Lalá, colega do Aplicação de Belo Horizonte, trouxe dos Estados Unidos o Bringing it All Back Home. Mas, para fazer a matéria, li uns dois ou três livros, mais um monte de coisa publicada na imprensa.

O resultado do trabalho, acho, sem bobagem de modéstia, ficou bom. Foi publicado na primeira e na segunda páginas do Caderno de Sábado do Jornal da Tarde, que na época era uma espécie do que hoje é o Cultura do Estadão; Sandro Vaia era o editor do Caderno de Sábado, e me deixou completamente à vontade para que eu mesmo desenhasse as páginas. Diagramei, escolhi as fotos, fiz tudo.

É um dos textos de que mais tenho orgulho, dos textos que mais tinha vontade de publicar neste site, desde que pensei em criá-lo.

Ao relê-lo agora, no entanto, percebi que seria muito esquisito botar no ar um texto sobre Bob Dylan escrito em 1981 sem acrescentar mais nada. Não fiz, nem de longe, uma pesquisa profunda como a daquela época. Em 1981 eu tinha 31 anos, estava cheio de gás – e ainda ganhava um dinheirinho extra para fazer os free-lances para a editoria de Variedades, fora das minhas sete, oito, às vezes dez horas de trabalho como sub-editor de Reportagem Geral. Agora, 60 anos recém-completados, não tenho mais tanto gás quanto tinha naquela época.

Mas então, como não dá simplesmente para republicar o texto de 1981 e não falar nada sobre as muitas vidas de Bob Dylan ao longo destes quase 30 anos, lá vai alguma coisa.

Depois dos 40 anos, 31 novos discos, um Oscar, dois filmes… ==>> LEIA NA ÍNTEGRA 50 anos de Textos




quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Terapia? Eu? Não, não sou louco!




Por Patricia Mendonça

Terapia? Eu? Não, não sou louco!

Terapia???? Eu???? Não, eu não sou louco!

Quem nunca ouviu uma reação indignada, até ofendida como esta, ao sugerir a alguém que busque tratamento psicológico?

É muito comum. E a coisa mais incoerente que se pode dizer.
Aos pacientes resistentes, sempre disse o seguinte: louco não procura ajuda.
O indivíduo que reconhece a necessidade de rever suas atitudes, de pedir ajuda, é aquele consciente de sua importância e de sua influência sobre o meio em que vive.

Quantos casamentos poderiam ter sido equilibrados (melhorados ou terminados) com a ajuda de um terapeuta?

Quantos relacionamentos entre pais e filhos poderiam ter sido mais gratificantes e frutíferos?

Quantas promoções no trabalho alcançadas por meio de uma mudança de atitude?

Quantas vidas seriam mais saudáveis emocionalmente?

Além do preconceito e desconhecimento sobre o assunto, existem sim outros empecilhos. O preço é um deles. Para a maioria é caro e no serviço público ou nas Universidades é muito demorado conseguir uma vaga, e em geral, a questão, quando surge, é urgente. Os convênios oferecem um número insuficiente de sessões... Então, o lance é negociar com o terapeuta!

Também é importante que quem procura terapia, tenha conhecimento da possibilidade de escolher entre as técnicas existentes a que mais lhe satisfaz, a mais adequada ao seu jeito de ser e suas necessidades.

De uns 20 anos prá cá, ficou mais comum, pessoas famosas dizerem aos 4 cantos que fazem 'análise", palavra meio genérica, mas que em geral se refere à Psicanálise, técnica de longuíssima duração, muito eficaz, mas que nem todo mundo leva adiante por tempo suficiente. Porém, existem muitas técnicas no mercado como a Terapia Cognitiva, A Psicoterapia Breve, Lacaniana, Psicanálise Junginiana, Psicodrama.... e também há a possibilidade de escolher técnicas individuais ou em grupo. Aliás, este é outro problema do serviço público, a quase total adesão a terapia de grupo, não adequada para todos os casos, e menos aceita por um grande número de pessoas.
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