Então

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Para a Mina





"Deus tem de existir.
Tem beleza demais no universo,
e beleza não pode ser perdida.
E Deus, é esse Vazio sem fim,
gamela infinita,
que pelo universo vai colhendo
e ajuntando toda a beleza que há,
garantindo que nada se perderá,
dizendo que tudo o que se amou
e se perdeu haverá de voltar,
se repetirá de novo.
Deus existe para tranqüilizar a saudade."



Rubem Alves  "O Deus que conheço"

sábado, 24 de setembro de 2011

RAÍZES DO BRASIL: Uma cinebiografia de Sérgio Buarque de Hollanda




A vida e obra de Sérgio Buarque de Hollanda, um dos principais intelectuais do Brasil no século XX e autor dos livros "Raízes do Brasil" e "Visões do Paraíso". Dividido em duas partes, o filme mostra desde o cotidiano de Sérgio, incluindo o modo como interagia com a família e amigos, até um panorama cronológico de sua época, em que lidou com o nazismo, os anos de Getúlio Vargas no poder e a ascensão do movimento modernista no Brasil.
































fonte: Canal de BrunaFonte no YouTube

Lançamento do livro Grafismos Cópias e Deformações Divertidas, de Karlos Rischbieter. Dia 27 de setembro, terça-feira,das 17 às 21 h., na Zilda Fraletti Galeria de Arte




Karlos Rischbieter nasceu em Blumenau, SC, e formou-se em engenharia pela Universidade Federal do Paraná.
Foi assessor do governo do Pr, do Instituto Brasileiro do Café e, na década de 1970, Ministro da Fazenda do governo brasileiro, presidente da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil.
Atualmente é conselheiro de empresas, presidente de honra da Aliança Francesa de Curitiba e membro do conselho da FIEP.
Nascido em família bastante musical, aprendeu a tocar violino muito cedo. A paixão por literatura também começou precocemente, assim como pela pintura, por influencia de um vizinho que pintava telas a óleo. Aos 13 anos pediu à mãe uma caixa de aquarela, começou a desenhar e nunca mais parou.

Segundo ele “...nas noites e nos domingo solitários de Brasília descobri que o desenho fazia um bem enorme à minha cabeça, e passou a ser uma “pictoterapia” que eu nunca mais abandonei. Além das brincadeiras que estão aqui reproduzidas, eu desenhava em reuniões de Conselho em papéis soltos”.
Estes desenhos e pinturas foram cuidadosamente catalogados e são apresentados no livro “Grafismos, cópias e deformações divertidas”, a ser lançado dia 27 de setembro na Zilda Fraletti Galeria de Arte, juntamente com a exposição das obras.

O texto de apresentação do livro é de Jaime Lerner.  Palavras suas:
“Conheci a obra de Karlos Rischbieter, que eu chamei a princípio de cerzido invisível, mas não outros grafismos a colagens, bem como suas atrevidas reinterpretações dos grandes mestres como Michelangelo, Dürer, Rembrandt, Ingres e Wunderlich com inserções de páginas do livro caixa do pai. Suas aquarelas e cópias são preciosas e se constituem em original obra de arte.(...) Quando muitos procuram dizer que o falso é verdadeiro, mostrar que o falso é falso - e por isso verdadeiro, é sobretudo original. Karlos Rischbieter consegue inserções atrevidas nos clássicos com a qualidade de um desenho primoroso”.

O design gráfico é de Rita Solieri.



Galeria de Arte Zilda Fraletti
Tel.41-3026-5999 / 9164-2882 www.zildafraletti.com
Av: Batel, 1750 - ljs 08/10/12
Design Center - Batel
Cep:80420-090 - Curitiba - PR

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A Questão Nacional e a Modernização - Raymundo Faoro




Conferencista: Raymundo Faoro (jurista, historiador e cientista político)
Apresentador: Carlos Guilherme Mota (IEA e Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP)
Coordenador: Jacques Marcovitch (diretor do IEA)

Data: 31 de março de 1992
Duração:
 1h31min    



Clique  AQUI para acessar vídeo  da conferência


Raymundo Faoro  
foto:Fabio Motta/AE


Raimundo Faoro[1] (Vacaria, 27 de abril de 1925 — Rio de Janeiro, 15 de maio de 2003) foi um jurista, sociólogo, historiador, cientista político e escritor brasileiro. Foi membro da Academia Brasileira de Letras e presidente da Ordem dos Advogados do Brasil de 1977 a 1979.
Raymundo Faoro é autor de Os donos do poder, obra que aponta o período colonial brasileiro como a origem da corrupção e burocracia no país, colonizado por Portugal, então um Estado absolutista. De acordo com o autor, toda a estrutura patrimonialista foi trazida para cá. No entanto, enquanto isso foi superado em outros países, acabou sendo mantido no Brasil, tornando-se a estrutura de nossa economia política. 
Nesta sua concepção de Estado patrimonialista, Faoro coloca a propriedade individual como sendo concedida pelo Estado, caracterizando uma "sobrepropriedade" da coroa sobre seus súditos e também este Estado sendo regido por um soberano e seus funcionários. O autor assim nega a existência de um regime propriamente feudal nas origens do Estado brasileiro. O que caracteriza o regime feudal é a existência da vassalagem intermediando soberano e súditos e não de funcionários do estado, como pretende Faoro. Desenvolvendo seu raciocínio, Faoro conclui que o que se teve no Brasil foi um capitalismo politicamente orientado, conceito este de inspiração weberiana. Negando-se em atribuir um papel hipostasiado à economia com relação à política, Faoro vê em seu país uma forma pré-capitalista. Esta característica pré-capitalista, no entanto, ainda será entendida no interior do pensamento weberiano em que capitalismo é definido como uma aquisição racional de lucros burocraticamente organizada, diferente do capitalismo politicamente orientado em que tal aquisição será direcionada por interesses dos Estado e da sua concorrência com outros estados. Destacando-se da análise da dialética marxista, esta forma de capitalismo não irá inevitavelmente desembocar numa forma de capitalismo mais avançado, mas poderá perpetrar-se na medida em que coexiste com formas racionais de organização da produção. O capitalismo politicamente orientado atribui ao Estado patrimonial e seus funcionários características de um estamento burocrático, ainda que este impeça a consolidação de uma ordem burguesa propriamente dita no país.




fonte:

Lorbeerkranz.pngAcademia Brasileira de Letras com wikipédia 

domingo, 18 de setembro de 2011

Ferreira Gullar - "Poema Sujo"



Ferreira Gullar lê trecho de "Poema Sujo" para o Jogo de Idéias, programa de TV do Itaú Cultural

Apresentação e direção: Claudiney Ferreira 

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A Árvore de Isaías, de Fábio Campana


 para adquirir o seu, clique na figura





Ler as crônicas de Fábio Campana no livro "A Árvore de Isaías" revela uma faceta pouco conhecida do autor. Não o Campana quando escreve sobre política, que analisa profundamente fatos pouco questionados, em que mostra com toda perspicácia e senso crítico, como há de ser, problemáticas abissais da nossa sociedade, Nem tão somente o Campana ficcional, em que se vê a espetacular maestria das duas palavras e histórias que constrói mundos fascinantes, terríveis, escapistas e revolucionários.
 Em "A Árvore de Isaías", Fábio Campana mostra o seu mundo. Por este motivo o cito agora apenas como Fábio. Talvez seja um modo de aproximar o leitor com o autor. Tirar o pedestal, minimizar o impacto do salto. Porém, digo com toda a honestidade, é a minha maneira de reverenciá-lo por sua entrega, por seu amor pela palavra, pela sua honradez e respeito com as pessoas e com sua história.
 Fábio escreve seus dramas, pesadelos, devaneios, amores, medos, suspiros, sabores, prazeres. Seus textos revelam mais que a maestria com as palavras, a perspicácia, o senso crítico, a inteligência. Fábio faz o que parece impossível, nos entrega com todo o afeto e toda a coragem outras possibilidades de ver, sentir, ser, ter. Fábio vai além.
 Ler Fábio e tudo o que o rodeia, que o cerca, acrescenta, questiona, faz rir, faz chorar, faz pensar. Suas crônicas são como tudo aquilo que desejamos saber e ainda não sabemos, são como sonhos dentro dos seus sonhos, são palavras que nunca foram ditas, são tempestades e delicadezas.
 Ler Fábio é ouvir jazz, dançar tango, reger uma orquestra, ouvir a chuva, abrir a primavera. Ler Fábio em "A Árvore de Isaías"é o que Rimbaud previu visceralmente - como há de ser - "a sinfonia se agita na profundeza". E estamos salvos. 
 Marianna Camargo

domingo, 11 de setembro de 2011

Dois 11 de setembro



11 diretores foram convidados para fazer um filme sobre a queda das torres gêmeas em 11 de setembro.
Essa é a brilhante contribuição de Ken Loach que traça um paralelo com um outro 11 de setembro, aquele de 1973 no Chile.






Golpe de Estado de 11 de Setembro, ocorrido no Chile em 1973, consistiu na derrubada do regime democrático constitucional do Chile, e de seu presidente Salvador Allende, tendo sido articulado conjuntamente por oficiais sediciosos da marinha e do exército chileno, com apoio militar e financeiro do governo dos Estados Unidos e da CIA, bem como de organizações terroristas chilenas, como a Patria y Libertad, de tendências nacionalistas-neofascitas, tendo sido encabeçado pelo general Augusto Pinochet, que se proclamou presidente.



O Chile antes do golpe



Nas eleições de 1970, Allende obteve a vitória com 36,2% dos votos, contra 34.9% de Jorge Alessandri, o candidato da direita, e 27.8% do terceiro candidato, Radomiro Tomic, cuja plataforma era similar à de Allende, que propunha transformar o Chile em um regime socialista, mas pela chamada "via chilena ao socialismo", naquilo que foi qualificado de estilo "empanadas e vinho tinto" - por meios pacíficos, democráticos, assegurada a liberdade de imprensa e respeitada a constituição - foi inicialmente bem vista por parte dos aderentes daDemocracia Cristã, que também se envolviam em processos reformistas como a reforma agrária. O apoio inicial refletido em uma parcela de 49% dos votos na eleição municipal de1971, se perdeu paulatinamente com a deterioração da situação econômica.
Altos funcionários norte-americanos discutiram o desejo de impedir a posse do então recém-eleito presidente chileno, o esquerdista Salvador Allende, em 1970. [1]
Associated Press
Como a Constituição chilena previa a necessidade de "maioria dupla" (no voto popular e no Congresso), difíceis negociações foram entabuladas para a aprovação do nome de Allende no Parlamento. Após o brutal assassinato do Comandante-em-Chefe das Forças Armadas chilenas, o general constitucionalista René Schneider, perpetrado por elementos ligados à Patria y Libertad, Allende teve, finalmente, seu nome confirmado pelo Congresso chileno.
O partido da Democrata Cristão do Chile era uma grande confederação interclassista, com sua base popular autêntica no proletariado da grande indústria moderna, da industria moderna pequena e média, da pequena e média propriedade rural e na burguesia da alta classe média urbana. A Unidade Popular representava o proletariado, formado pelos operários menos favorecidos, o proletariado agrícola, e a baixa classe média urbana. A Democracia Cristã, aliada ao Partido Nacional, de extremadireita, controlava o Congresso chileno, enquanto aUnidade Popular controlava o Poder Executivo [2].
A violência, desatada primeiramente por grupos extremistas de ambos os lados do espectro político, como o MIR (de extrema esquerda) ou os seus opositores direitistas do grupoterrorista neofacista Patria y Libertad - apoiado pela CIA e por elementos sediciosos do exército e da marinha chilena - provocou um clima de confrontamento, que foi se expandindo a todos os âmbitos da sociedade, chegando enfim às pessoas comuns. Dois grandes blocos se formaram, a Unidade Popular (UP) e a Confederación de la Democracia (CODE), que obtiveram respectivamente 43,3% e 55% dos votos na eleição para o Parlamento, deixando Allende sem maioria no Congresso. .
Os grupos de ultradireita, agrupados no Partido Nacional e nos movimentos Patria y Libertad e Poder Femenino, tentaram por todos os meios derrubar o governo, freqüentemente com respaldo financeiro e material da CIA, que também conspirava para destituir o governo da UP, por não convir aos Estados Unidos - então em plena guerra fria, e envolvido na guerra do Vietnã - ter mais um regime socialista em sua área de influência. Todas as tentativas democráticas para derrubar o governo de Allende fracassaram, graças ao apoio que esse recebia da população. Uma possível saída através de um plebiscito, com a qual Allende concordava, não chegou a se materializar. Com a recusa do Congresso Nacional, em 2 de junho de 1973, de autorizar o estado de sítio, considerado imperioso pelo Comandante em Chefe das forças armadas chilenas, o general legalista Carlos Prats, para que as forças armadas pudessem controlar o terrorismo de direita e de esquerda que já assolava o país, e assegurar o respeito à constituição, a violência chegava ao extremo, e temia-se por uma guerra civil.
Este estado de confrontamento, incitado pela Patria y Libertad, cujo primeiro ato terrorista foi perpretrado em parceria com oficiais sediciosos da marinha chilena e chamou-se "La noche de las mangueras largas" ocorreu precisamente no horário em que foi assassinado o ajudante-de-ordens de Allende, o Capitão-de-Mar-e-Guerra Arturo Araya - com o objetivo de subverter a cadeia de comando da marinha. A "operação" terrorista executada pela Patria y Libertad consistiu em cortarem-se todas as mangueiras de abastecimento dos principais postos de gasolina de Santiago. Esse e outros atos terroistas do Patria y Libertad visavam favorecer e justificar a ação da facção golpista das forças armadas, apoiadas pelos Estados Unidos, e que culminaria com a quebra da longa democracia democracia chilena, e com o sangrento golpe de estado de Pinochet [3].

O Golpe de 1973

Desde Agosto 1973, a Marinha e a Força Aérea preparavam um golpe de estado contra o governo de Allende, lideradas pelo vice-almirante José Toribio Merino e o general Gustavo Leigh. Em 21 de agosto, o general legalista e constitucionalista Carlos Prats viu-se forçado a renunciar ao posto de Comandante em Chefe, pressionado por manifestações das esposas de generais sediciosos. Em seu lugar, assumiu Augusto Pinochet no dia 23, até então considerado um general leal à constituição e apolítico. Em 22 de agosto. a Câmara de Deputados, que havia se recusado a aprovar o estado de sítio solicitado por Salvador Allende, a conselho de Carlos Prats, em 2 de junho, decidiu ao invés aprovar uma moção em que se convocava os ministros militares para solucionar o que chamava de "o grave quebramento da ordem constitucional" (o "Acordo da Câmara de Deputados sobre o grave quebramento da ordem constitucional e legal da República").
Altamirano é advertido de um possível golpe de estado por parte da Marinha, e faz um discurso incendiário, dizendo que o Chile se converterá em um "segundo Vietnã heróico", enquanto se inicia um processo de desaforo contra Altamirano. Em 7 de setembroPinochet é convencido por Leigh e Merino, e se une aos oficiais golpistas, enquanto entre osCarabineros, apenas César Mendoza, um general de baixa antiguidade, estava a favor.
No dia 10 de setembro, a esquadra chilena zarpou, como estava previsto, a pretexto de participar dos exercícios UNITAS, um tradicional exercício naval entre as marinhas dos Estados Unidos e marinhas latinoamericanas. [4]. O exército é aquartelado para evitar possíveis distúrbios no dia do processo de Altamirano. Porém a armada chilena regressou a Valparaíso na manhã de 11 de setembro e tomou rapidamente a cidade de assalto, enquanto os vasos de guerra dos Estados Unidos ficaram de prontidão, no limite das águas territoriais chilenas. Se tivesse havido resistência armada ao golpe de estado, o plano previa que os marines invadiriam o Chile, para "preservar a vida de cidadãos nortemericanos". Um avião WB-575 - um centro de telecomunicações - da força área norteamericana, pilotado por militares norteamericanos, sobrevoava o Chile. Simultaneamente 33 caças e aviões de observação da força aérea norteamericana aterrisssavam na base aérea de Mendonça, na fronteira da Argentina com o Chile.
Allende foi alertado cerca das 7 da manhã e se dirigiu ao La Moneda, tratando de localizar a Leigh e Pinochet, esse último até pouco tempo seu colaborador e membro de seu gabinete, o que foi impossível e o fez pensar que Pinochet estivesse preso. O general Sepúlveda, diretor dos Carabineros, assinalou-o que se manteriam fiéis, mas Mendoza assumiu como Diretor Geral. Por outro lado, Pinochet chegou ao Comando de Comunicações do Exército e começou a participar ativamente do golpe. Às 8h42, as rádios Mineria e Agricultura transmitiram a primeira mensagem da Junta Militar, dirigida por Pinochet, Leigh, Mendoza e Merino, solicitando a Allende a entrega imediata de seu cargo e a evacuação imediata de La Moneda, ou seria atacado por tropas de ar e terra. Nesse momento, as tropas de Carabineros cercando o Palácio se retiraram.
Allende decide continuar no Palácio, enquanto às 9h55 chegam os primeiros tanques ao Bairro Cívico, enfrentando-se a franco-atiradores leais ao governo. A CUT chama à resistência nos bairros industriais, enquanto o Presidente decide dar uma última locução:
"Colocado em uma transição histórica, pagarei com minha vida a lealdade do povo. E os digo que tenho a certeza de que a semente que entregaremos à consciência de milhares e milhares de chilenos não poderar ser cegada definitivamente. Trabalhadores de minha Pátria! Tenho fé no Chile e em seu destino. Superarão outros homens nesse momento cinza e amargo onde a traição pretende se impor. Sigam vocês sabendo que, muito mais cedo que tarde, abrir-se-ão de novo as grandes alamedas por onde passe o homem livre, para construir uma sociedade melhor." Salvador Allende11 de setembro de 1973
O fogo entre os tanques e os membros do GAP se inicia e, às 11h52, aviões Hawker Haunter da Força Aérea Chilena bombardeiam o Palácio de La Moneda e a residência de Allende, na Avenida Tomás Moro, Las Condes. O golpe surpreende por sua rapidez e violência. O Palácio começa a se incendiar, mas Allende e seus partidários se negam a render-se. Perto das 2 horas da tarde, as portas são derrubadas e o Palácio é tomado pelo exército. Allende ordena a evacuação, mas se mantém no Palácio. Segundo o testemunho de seu médico pessoal, Allende disparou com uma metralhadora contra seu queixo, cometendo suicídio. Porém, há aqueles que não acreditam até hoje nesse depoimento e nem na autópsia que seria feita em 1990 e que supostamente confirmaria esse testemunho. Para muitas pessoas Allende foi sumariamente executado.
Às 18 horas, os líderes do pronunciamento se reúnem na Escola Militar, assumindo como membros da Junta Militar que governará o país, e decretam o "estado de guerra", incluindoestado de sítio.


Fonte: Wikipédia


 
 

sábado, 10 de setembro de 2011

Filme "Fausto" leva Leão de Ouro no festival de Veneza; veja a lista de premiados


Alexander Sokurov dirigiu o filme Fausto, vencedor do Leão de Ouro no festival de Veneza (Getty Images)
Alexander Sokurov dirigiu o filme Fausto, vencedor do Leão de Ouro no festival de Veneza
O filme Fausto — dirigido pelo russoAlexander Sokurov — conquistou neste sábado (10), por unanimidade, o Leão de Ouro da 68ª edição do Festival Internacional de Cinema de Veneza.

O edição 2011 do Festival preferiu premiar filmes orientais e europeus em vez longas com mais recursos —  como Carnage, de Roman Polanski e Tudo Pelo Poder, de George Clooney.

O ator alemão Michael Fassbender levou o prêmio de melhor ator por sua atuação emShame — dirigido por Steve McQueen. A chinesa Deannie Yip foi escolhida a melhor atriz por Tao Jie.

Confira a lista completa de vencedores;

LEÃO DE OURO
"Fausto", de Alexander Sokurov (Rússia)

LEÃO DE PRATA (MELHOR DIRETOR)
"People Mountain People Sea", de Shangjun Cai (China)

PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI
"Terraferma", de Emanuele Crialese (Itália)

MELHOR ATOR
Michael Fassbender - "Shame" (Reino Unido)

MELHOR ATRIZ
Deannie Yip - "A Simple Life" (China)

PRÊMIO MARCELLO MASTROIANNI
Shôta Sometani e Fumi Nikaidô em "Himizu" (Japão)

MELHOR FOTOGRAFIA
"Morro dos Ventos Uivantes", de Andrea Arnold (Reino Unido)

MELHOR ROTEIRO
"Alpis", de Yorgos Lanthimos

Amália Rodrigues,"Cabecinha No Ombro".



Cabecinha no Ombro - autor : Paulo Borges

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Casa arrumada é assim




Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa entrada de luz.
Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um
cenário de novela.
Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os
móveis, afofando as almofadas...
Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo:
Aqui tem vida...
Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das
prateleiras e os enfeites brincam de trocar de lugar.
Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições
fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.
Sofá sem mancha?
Tapete sem fio puxado?
Mesa sem marca de copo?
Tá na cara que é casa sem festa.
E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.
Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da
tarde.
Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante,
passaporte e vela de aniversário, tudo junto...
Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda.
A que está sempre pronta pros amigos, filhos...
Netos, pros vizinhos...
E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que
brinca ou namora a qualquer hora do dia.
Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da
gente.
Arrume a sua casa todos os dias...
Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela...
E reconhecer nela o seu lugar.


Carlos Drummond de Andrade