Então

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

VLADO: 30 anos depois



Parte 1


Parte2


Parte3


Parte4


Parte5


Parte6


Fonte: YouTube-brunafonte

Nota do Instituto Vladimir Herzog - Reportagem Folha de S.Paulo



O Instituto Vladimir Herzog congratula-se com a Folha de S.Paulo pela reportagem O Instante Decisivo, de autoria do repórter Lucas Ferraz, publicada no dia 5 de Fevereiro último, em que o sr. Silvaldo Leung Vieira admite ter sido quem fotografou o corpo do jornalista Vladimir Herzog, com os joelhos dobrados e apoiados sobre o solo, tendo uma corda envolvendo seu pescoço e presa a uma janela. A foto foi feita em 25 de Outubro de 1975, numa cela do DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informações-Centro de Operações de Defesa Interna), notório órgão de repressão política da ditadura que dominava o Brasil na época.
Essa documentação fotográfica da farsa montada nos porões do totalitarismo se destinava claramente a coonestar a versão formalizada em nota oficial pela ditadura, no sentido de que Vlado – como era conhecido pelos amigos – se suicidara. Em conseqüência de processo movido pela viúva Clarice Herzog, tal versão foi posteriormente desmentida pela Justiça e pelo governo brasileiros, que reconheceram ter o jornalista sido torturado e assassinado pelos esbirros que povoavam os cárceres da ditadura. Vlado foi o 38º preso político cuja morte foi oficialmente classificada como suicídio – forma usual de disfarce para o que não passava de assassinato.
Mas a publicação, agora, dessa reportagem se torna extremamente oportuna logo após a sanção, pela Presidência da República, da Lei de Acesso a Informações Públicas e dá renovada urgência à necessidade de implantação e ativação da Comissão da Verdade, com a nomeação de seus membros pela presidenta Dilma Rousseff.
Dedicado à luta pelos direitos humanos à vida e à justiça, o Instituto Vladimir Herzog acredita que uma das primeiras missões dessa Comissão deveria ser a de inquirir o sr. Silvaldo Leung Vieira, com total transparência e isenção, para que ele esclareça pormenorizadamente as circunstâncias em que realizou a foto em questão, de forma a permitir o aprofundamento e ampliação da investigação.
Segundo ele, na condição de fotógrafo da Polícia Civil de São Paulo, recebeu ordem para fazer esse trabalho por requisição do DOPS-Departamento de Ordem Política e Social. Mas quem lhe teria dado essa ordem? Em outras palavras, quem era seu chefe? E quem eram os outros 23 fotógrafos que, segundo ele, foram aprovados no concurso que selecionou esses profissionais para trabalhar na Polícia Civil? O que eles fotografavam, por ordens de quem e o que mais faziam? Por que agora, 36 anos mais tarde, ele resolve se expor publicamente e contar sua história? Que outras pessoas o conheceram na época em que aqueles fatos ocorreram? E muitas outras perguntas.
Tudo isso e mais, acreditamos, deve ser investigado, de forma sábia, objetiva e desapaixonada – mas esclarecedora – pela Comissão da Verdade.
São Paulo, 7 de Fevereiro, 2012

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Sentimentário




O filme foi feito pelos estudantes Caio Mazzilli e Carolina Araujo, a partir de um texto de Marina Miyazaki. Caio conta que foi só providenciar os desenhos e animá-los. Era para ser apenas um trabalho para a faculdade, mas ficou tão fofo que foi parar até no 16º Festival Brasileiro de Cinema Universitário. E a fama está se espalhando. "A gente não esperava por isso", diz Caio. Inspirado pelo curta, ele diz que também mudaria algumas definições do dicionário, como "Fusca azul": para ele, lembra uma viagem bem gostosa.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Dona Doida - Adélia Prado





Uma vez, quando eu era menina, choveu grosso
com trovoadas e clarões, exatamente como chove agora.
Quando se pôde abrir as janelas,
as poças tremiam com os últimos pingos.
Minha mãe, como quem sabe que vai escrever um poema,
decidiu inspirada: chuchu novinho, angu, molho de ovos.
Fui buscar os chuchus e estou voltando agora,
trinta anos depois.  Não encontrei minha mãe.
A mulher que me abriu a porta, riu de dona tão velha, 
com sombrinha infantil e coxas à mostra. 
Meus filhos me repudiaram envergonhados,
meu marido ficou triste até a morte,
eu fiquei doida no encalço.
Só melhoro quando chove.

Texto acima foi extraído do livro "
Poesia Reunida", Editora Siciliano - 1991, São Paulo, página 108.

Dia 2 de Fevereiro Dia de Festa no Mar .. Odò-ìyá